quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

À Descoberta do Douro ou 2.500Km em Deauville IV

No dia seguinte, seguiu-se uma estirada matinal até Rio de Onor, por Guadramil… A ligação de Gaudramil a Rio de Onor, estranhamente, não me aparecia representa no “LCD” do “GPS” mas, como um colega de trabalho me tinha dito que era em terra batida e que a tinha percorrido há uns anos, considerei que poderia ser por esse facto. Facto, é que de facto, eu não encontrava a bendita estrada, nem via ninguém a quem pudesse perguntar de tão populosa que é a aldeia de Guadramil…

Pronto a desistir… Saco meia volta à Deauville no fim da aldeia e percorro cerca de 100 metros em sentido
contrario (fiquei no meio da aldeia) e, qual não é o meu espanto, quando vejo uma pontezita, do meu lado direito, que não teria largura maior que duas mesas de café juntas e uma tabuleta de madeira, em forma de seta, camuflada no meio de uns arbustos, onde eram bem visíveis as palavras “Rio de Onor”… Estamos em casa… Ora venha lá a terra batida… Qual quê, era alcatrão e do bom! Umas curvas complicaditas, mas que dão muito boa luta e uma paisagem de “encher o olho”!

Rio de Onor é muito interessante e parece-me que está a ser revitalizado ou restaurado.
Aconselho a visita a quem não conhecer. Tem um pequeno parque de campismo e fica a cerca de 15Km de Puebla de Sanábria, que também é muito bonito e onde a “gota” (naquele dia) era mais barata 28 cêntimos por litro (escusado será dizer, que só faltou despejar a garrafa de água, para poder trazer mais litro e meio de matéria preciosa…).

Por falar em água… Aqui ficam duas dic
as (uma fui eu que inventei);

1ª Nestas zonas montanhosas e quase despovoadas, onde apanhamos temperaturas para lá dos 35 e a água brota geladinha das rochas, não há problema de a bebermos, desde que a bica esteja num ponto
mais elevado que as povoações e desde que não tenha chovido recentemente. É à confiança!

2ª Inventei um frigorífico ultra ecológico, de baixo consumo, adaptável ao “túnel” que liga as duas malas da Deauville 700. Passo a explicar: Leva-se uma garrafa de 1,5l com água, quase, ao ponto de congelação e enfia-se num saco térmico próprio para estas garrafas, que se adquire nas lojas especializadas (o meu foi comprado no chinês e custou 5,00€), depois, o saco com a garrafa lá dentro é colocado no “túnel” e, mesmo com muito calor, temos água fresca durante umas boas horas. Nós, nos dias que os sacos laterais não vinham connosco, até a frutinha lá púnhamos com a garrafa (mas a água aguenta-se mais tempo fresca se os sacos laterais lá estiverem)… E que rico frigorifico… Fui eu que inventei… Atenção, está registado e patenteado!

De regresso viemos novamente por Guadramil, Deilão, S. Julião de Palácios e, antes de entrar em Gimonde, esquerda com eles para fazer as curvas do Milhão… Sem palavras… Façam-nas, apreciem a paisagem e depois falamos.

Saímos para Espanha, para Trabazos, e pouco há a dizer… Estradas sim (muita recta, muita recta, muita recta), excelente piso… Paisagens não… Portugal é lindo…

Reentramos em Portugal por Constantim, já no Parque Natural do Douro Internacional e fomos à procura de “Embalse de Castro”, mas
do lado de cá… Assim como quem está em Elvas e vê Badajoz, mas mais alto…

É a seguir à Barragem de Castro, que é fronteira entre Espanha e Portugal, que o Douro entra em território português a cerca de 600m acima do nível do mar.

Para darmos as boas vindas ao Douro, naquele local, é necessário seguirmos até Paradela e aqui apanharmos a
estrada para o miradouro. É uma estrada de terra batida (pedra batida), com cerca de dois quilómetros, mas vale bem a pena para admirarmos o Douro daqueles penhascos… A seguir, Aldeia Nova, onde o miradouro é alusivo aos vestígios dos castros que predominaram na região.

Na última noite em Miranda do Douro tivemos a oportunidade de “privar” com “caretos” e “pauliteiros” que faziam a sua exibição nas ruas da cidade, durante a celebração dos festejos de S. Barbara.